Sexta-feira, 27 de Abril de 2007
1º de Maio


 

Na próxima terça feira, 1º de Maio, comemora-se o dia do Trabalhador.

 

Há 33 anos, os Portugueses, privados deste direito, durante 48 anos e embalados pelos acontecimentos recentes do 25 de Abril, saíram à rua.

 

Milhares e milhares de trabalhadores, deram largas à sua alegria e fraternidade, enlaçados na comunhão plena, do direito a festejar em Liberdade o dia 1º de Maio e “inundaram” as ruas de Lisboa, do Porto e de outras cidades.

 

Por todo o País, as situações repetiam-se, num alegre convívio, irmanados do mesmo sentimento de esperança e vitoriando a conquista da Liberdade.

 

Façamos deste Maio uma jornada de luta e de esperança!










 


música: Continuo com o Pedro Barroso...
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publicado por zeca maneca às 23:10
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Segunda-feira, 23 de Abril de 2007
25 de Abril - uma imagem 33 anos depois




25 de Abril 1974

Uma imagem, 33 anos depois…

 
 

Chamava-se Catarina

O Alentejo a viu nascer

Serranas viram-na em vida

Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manhã fria

Flores na campa lhe vão por

Ficou vermelha a campina

Do sangue que então brotou…[1]

 

Portugal viveu durante 48 anos debaixo do terror fascista, onde o medo, o grande capital e os grandes latifúndios dominaram o país, oprimindo e explorando o Povo. Muitos caíram alvos de balas assassinas… outros, à força da tortura, dos maus-tratos, das más condições de saúde e alimentação, tombaram nas masmorras da Pide e nos campos do Tarrafal, para que Portugal fosse um dia um País Livre e Democrático.

 

A luta continuou durante muitos anos…

 

Apesar dos reveses sofridos pela Oposição, o Povo caía para logo se levantar, organizado nos Sindicatos, nas Associações Recreativas e Culturais. O espírito de classe foi-se enraizando no seio dos trabalhadores, dando mais alento às suas lutas. Os Operários, Camponeses, Soldados e Marinheiros foram engrossando o caudal dos resistentes…

 

Por cada flor estrangulada, há milhões de sementes a florir[2]As cantigas foram a arma que desafiou o Poder. As vozes de Adriano, Freire, Zeca, Sérgio, Zé Mário, Fanhais, entre outros, minaram as forças opressoras e acordaram as consciências adormecidas.

 

Durante 13 anos o Poder sustentou, à custa da juventude – a maior riqueza de um País! – uma guerra colonial sangrenta onde perderam a vida, ficaram feridos ou estropiados milhares de portugueses.

 
Menina dos olhos tristes
O que tanto a faz chorar?
O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
(…)
 
O soldadinho já volta
Está quase mesmo a chegar.
Vem numa caixa de pinho.
Desta vez o soldadinho

Nunca mais se fez ao mar.[3]

 

Para que nunca se esqueça Abril, deixo aqui algumas das datas importantes dos dois últimos anos que antecederam a Revolução dos Cravos:

 

1 de Janeiro 73 - Na capela do Rato, em Lisboa, o padre Alberto Neto presidiu a uma vigília e greve de fome pela Paz. A capela foi invadida pela polícia de choque que reprimiu violentamente os participantes. Foram presas setenta pessoas. Mais tarde o padre Alberto foi destituído das suas funções.

4 de Abril 73 - Em Aveiro, no III Congresso da Oposição Democrática, foi reclamado o fim da guerra colonial e a instauração das liberdades democráticas. A polícia, a GNR, os cães e a Pide reprimiram violentamente os congressistas, convidados e assistentes.

Dezembro 73 – Foi escolhida a Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas. Neste mês foram presos pela Pide 170 estudantes que participavam numa reunião na Faculdade de Medicina de Lisboa.

Fevereiro 74O general Spínola publicou o livro “Portugal e o Futuro” que se esgotou rapidamente.

5 de Março 74 - Em Cascais, 200 delegados do Movimento marcaram uma acção militar para o mês de Abril.

9 de Março 74 - O Governo, pressionado pelos ultras e pelo mal estar que o livro de Spínola causou nas forças armadas, decretou o estado de alerta em todos os quartéis. Américo Tomás, presidente da República, exigiu que Marcello Caetano, presidente do Conselho de Ministros, exonerasse Spínola e Costa Gomes. Marcello assumiu a responsabilidade pela saída do livro e pediu a demissão, que não foi aceite. Após este incidente, 120 oficiais-generais foram prestar fidelidade e lealdade ao Governo – Spínola e Costa Gomes, faltaram a esta manifestação.

16 de Março de 74 - Uma coluna do Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha avançou sobre Lisboa. Sem os apoios que esperavam, regressaram à Unidade. Foram presos 200 militares; Otelo Saraiva de Carvalho começou a planificar a estratégia e redigiu o Plano Geral de Operações a ser aplicado na semana de 20 a 27 de Abril.

21 de Abril de 1974- Foram marcadas as operações a cargo das unidades militares que participaram na madrugada de 25. de Abril.

22 de Abril de 1974- Otelo e Costa Martins asseguraram os contactos nas estações de rádio. Foram indicadas as senhas e as horas a que seriam transmitidas: “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, em 24 de Abril, às 22H55, nos Emissores Associados de Lisboa e “Grândola Vila Morena”, por José Afonso, às 0H20 da madrugada de 25 de Abril, na Rádio Renascença.

 

E foi assim que as Portas de Abril se abriram de par em par…

 

Trinta e três anos se passaram… dos ideais que nortearam Abril o que é que nos resta? HOJE, já bem acordado desse sonho de há 33 anos, começo a pensar que o 25 de Abril foi… apenas um SONHO de meio milhar de idealistas!  25 de Abril, sempre!

 
23/04/07
Milú Gomes


[1] - Excerto de “Cantar Alentejano” - Zeca Afonso

[2] -Excerto de “É preciso avisar toda a gente” – Francisco Fanhais

[3] -Excerto de “Menina dos olhos tristes” – Zeca Afonso


- Faço minhas as palavras de Pedro Barroso;
- É preciso ouvir/sentir/viver este poema!
  (são só 4,20 minutos...).


sinto-me: a sonhar Abril!
música: "Canção para a Unidade" - Pedro Barroso
publicado por zeca maneca às 22:36
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Quinta-feira, 12 de Abril de 2007
Fernão Capelo Gaivota



(...)

Amanhecia um novo dia de trabalho.

Mas lá ao fundo, sozinho, longe do barco e da costa, Fernão Capelo Gaivota treinava. A trinta metros da superfície azul brilhante, baixou os seus pés com membranas, levantou o bico e tentou a todo o custo manter as suas asas numa dolorosa curva. A curva fazia com que voasse devagar, e então a sua velocidade diminuiu até que o vento não fosse mais que um ligeiro sopro, e o oceano como que tivesse parado, abaixo dele. Cerrou os olhos para se concentrar melhor, susteve a respiração e forçou ... só ... mais ... um ... centímetro ... de ... curva ... Mas as penas levantaram-se em turbilhão, atrapalhou-se e caiu.

Como se sabe, as gaivotas nunca se atrapalham, nunca caem. Atrapalhar-se no ar é para elas desgraça e desonra.

Mas Fernão Capelo Gaivota - sem se envergonhar, abrindo outra vez as asas naquela trémula e difícil curva, parando, parando ... e atrapalhando-se outra vez! - não era um pássaro vulgar.

A maior parte das gaivotas não se preocupa em aprender mais do que os simples factos do voo - como ir da costa à comida e voltar. Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar. Antes de tudo o mais, Fernão Capelo Gaivota adorava voar ..."

Do livro "Fernão Capelo Gaivota" de Richard Bach



Este livro traz-me muitas recordações. Foi através dele que nos aproximamos, irmanamo-nos e casamos... e, curioso, a nossa filha gostou, também, do livro, do filme e das mensagens deste livro e dos livros de Richard Bach.

"Há sempre uma razão para viver.
Podemos elevar-nos acima da nossa ignorância, podemos olhar o nosso reflexo como o de criaturas feitas de perfeição, inteligência e talento.
Podemos ser livres!
Podemos aprender a voar!"

(Fernão Capelo Gaivota)





música: Vide este vídeo, sobre o tema "Be"
sinto-me: Feliz recordando tempos lindos
publicado por zeca maneca às 12:45
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