Foi no sábado passado que passamos um dia maravilhoso na casa da Ró e do Alcino. Fomos logo recebidos pelo Ringo que nos fez as honras da casa. Nunca mais nos deixou! E, então, foi um companheiro inseparável da Sónia!!!...
A Ró e o Alcino tudo fizeram para que este dia fosse um encontro com a natureza e a amizade. Foi um dia em que nos deram a sua alegria e nos mostraram como a natureza é bela, quando tudo o que nos rodeia respira Paz e Amizade.
Obrigada, amigos, por este sábado maravilhoso!!!
Este dia ilustro-o com seis fotografias de muitas outras que tirámos. Se clicarem em cada uma delas vão ter a foto em tamanho real.
Como não poderia deixar de ser, dedico-vos, além destas fotos, este belo soneto da nossa Florbela Espanca:
Charneca em Flor
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...
Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
Florbela Espanca
Foi num sábado à tarde que fomos até Matosinhos! Um sábado frescote, já com o Sol a dirigir-se para outras terras... demos o gosto ao dedo e tiramos dezenas de fotografias! Dessas escolhi cinco que vão encabeçar outros tantos poemas de Sophia Mello Breyner Andresen.
Mar
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios
As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços
A praia é longa e lisa sob o vento
Saturada de espaços e maresia
E para trás de mim fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
As minhas não… as nossas férias, sonhadas quase desde o início do ano! Há oito anos que não fazíamos férias juntos. Desta vez teria comigo a minha filha! E fazem-se planos, projecta-se a viagem até ao mais ínfimo pormenor, escolheu-se uma terra que sabíamos que teríamos umas férias agradáveis.
Mas a Vida é uma caixinha de surpresas e desta vez pregou-nos uma partida… mas não quero ser tão pessimista como o Zé Manel! Soube aproveitar todos os momentos que passamos juntos e assim consegui dar forças à Sónia para ultrapassar o problema.
Aqui vos deixo algumas fotos… há mais, mas estão no computador da minha filha:
Próximo do hotel havia uma extensão de terreno, com o mar ao fundo, que nos intrigava. A areia mais junto ao mar era avermelhada e mais junto à terra de cor branca.
Um dia fomos, debaixo de um sol abrasador, pesquisar essa zona e descobrimos que era uma praia de sal avermelhado. Não havia areia, apenas sal... e caminhei por cima dessa massa que cedia, com um crepitar curioso.
Mais próximo da estrada esse sal era branco (um branco sujo, mas diferente do outro). Claro, além de fotografias trouxemos amostras dos dois tipos de sal.
À porta do hotel, saído do jardim da entrada, esta libelinha aproveitava (penso eu!) o ar fresquinho que saía lá de dentro. E as suas asas faziam um ruído curioso. Depois das fotografias, continuou calmamente neste mesmo lugar
A Paz nunca chega de surpresa. Não cai do céu como a chuva. Vem ter com quem a prepara.
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