De regresso das nossas férias dei por mim a visitar os blogues dos amigos que visito com mais ou menos frequência. Um deles foi o do amigo Fernando Peixoto.
Fiquei sensibilizada com o poema Tempo e não resisti em lhe pedir a sua autorização para o incluir aqui, no Movimentum2.
Obrigada, Fernando, pela tua amabilidade.
Para todos vós, meus amigos, deixo-vos com o poema e faço o convite para visitarem as coisas bonitas do Fernando em:
http://arcadeternura.blogspot.com/
Milú Gomes
O «MEU» TEMPO
O Tempo foi percebendo
que o Tempo também corria
e aos poucos se foi contendo,
menos veloz, cada dia.
O Tempo ficou mais lento
mais pensativo e contrito...
sentindo, com desalento,
seu carácter de Infinito.
Ele queria ficar ali
no próprio Tempo parado
para rever o que eu vi
num outro Tempo: o Passado.
Mas, se o Passado já foi…
E se o Presente aqui mora
a dor de Ontem inda dói
no Tempo de hoje e de agora.
Levanto ao Tempo a questão:
- se o Tempo não tem idade,
por que corres, tu, então,
se te espera a Eternidade?
O Tempo parou… no Tempo
sem começo, meio e fim
e criou-me um contra-tempo:
fiquei sem Tempo pra mim!
- o Tempo é só dimensão,
Que vem, que vai e não volta…
O Tempo é imensidão…
Não tem freios, anda à solta…
Retomando o movimento
o Tempo me abandonou
deixando-me o sentimento
da solidão que ficou.
O Tempo fez-me em pedaços
de amargura... ou de carinho...
de glórias... ou de fracassos...
Fiquei sem Tempo: sozinho!
Todo o Tempo que me resta
é Tempo incerto e inseguro…
É Tempo que não se empresta
nem se hipoteca ao Futuro.
Fernando Peixoto
. miluzita
. Uma vida sempre a correr....
. Um soneto de Florbela Esp...
. Uma viagem virtual por Ti...
. O último poema de Victor ...
. Soneto